Cheguei em casa e logo me deparei com os chocolates. Eles ainda estavam lá, intactos. Devorei-os. Com muito desejo, enquanto os pensamentos davam voltas ao momentos passados, a trajetória antes vivida e a verdadeira essência que grita entre grades querendo sair, querendo ser aflorada, querendo com toda a força desbravar o natural, o cotidiano ao invés de ficar emparelhada em meio as regras sócio-familiares. Quem foi que disse que existem mundos separados? Quem foi que disse que o meio termo é possível? Não, não é. Vivemos rodeados de hipocrisia. Regras e dogmas criadas por filosofias irreais, ancoradas nos mais puros desejos sequestrados pela boa convivência humana. Que boa convivência é essa onde os próprios desejos inerentes ao homem são tampados ou mascarados pela moral? Moral e ética condizem com verdade, com o real. E o real hoje são vestimentas de fino trato para sobrepor a imagem do interior, bem como os comportamentos que entre um passo e outro fazem uso da verdadeira essência, que ainda grita como nunca gritou.O segundo chocolate trouxe a saciedade e a repercussão do choque, do bom choque que segundo o dicionário também quer dizer "dar à luz, produzir" e é este o efeito causado. Traz a tona os desejos mais íntimos, os sonhos enraizados, outros guardados. O choque causado / sentido busca dar à luz a esta verdadeira essência, que grita e se apodera das benfeitorias do choque.
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