Ainda me falta o ar, os olhos estão vermelhos e os pensamentos bagunçados. Encontrar o controle neste momento seria o melhor desejo, mas o que vier, vou deixar sair... estou o tempo todo querendo esse tal de controle emocional e para que? Para não ser capaz de controlar os sentimentos a ponto de não sofrer? De não derramar lágrimas quando não atendem ao telefone ou quando não estamos fazendo o que realmente queremos? Ou o controle para mantermos a sensação de alegria por mais tempo, ser capaz de controlar o sorriso no rosto?!
É, chego a pensar (e concluir) que esse tal de controle não é tão bom assim. Acho que não te quero mais, rs. Ou eu te tenho em condições suficientes para não querer (neste momento) que você seja maior. Acho que perderia a graça, Não seria eu. Quando não temos controle da situação, tudo flui. A vontade de Deus permanece (é, pode ser).
"Os homens são de Marte...e é pra lá que eu vou" e "Pronta para amar" foram os dois últimos filmes do momento. Momento pra mim claro. Quando saberemos que estamos prontos para amar para seguirmos rumo à Marte? Esse lugar chamado Marte realmente existe? Confesso que estou doida para saber onde fica. Mas esqueceram de disponibilizar a rota no gps e quem consegue chegar, dificilmente volta pra contar, acabam ficando por lá com os marcianos... os que voltam, estão magoados e decididos a irem para outro lugar que preferem não lembrar como se faz para chegar em Marte. E assim, cada um vai seguindo e tentando encontrar a rota. Sim, todos estamos procurando. Mesmo aqueles que se negam ao extremo e dizem ser auto-suficientes, no fundo escondem o íntimo desejo de chegarem à Marte. Uns acabam encontrando Marte na família, nos filhos das irmãs, nos sobrinhos-netos, mas encontram. Todos hão de chegar à Marte. Isso é fato!
E eu? Posso desejar querer encontrar agora? Não, acho que não. Estou nesta rota há um tempo (ou eu acho que estou). Foi 1 ano para se recuperar e desvencilhar. Mais 1 ano para se auto-limpar e evoluir colocando os pensamentos e sentimentos pessoais em ordem. Agora, com menos de 3 meses para completar a terceira década desejo arduamente encontrar a rota que me leva até Marte. Não sei se estou caminhando há um tempo, mas sinto que estou na metade do caminho. Ao menos eu desejo. Não, na verdade meu desejo paira ao redor da fronteira de Marte. Aquele momento de frio na barriga em que temos a oportunidade de escolher entre atravessar a fronteira ou não. Isso é, quando o controle nos toma temos esta chance, caso contrário, quando fechamos os olhos já atravessamos a fronteira e: "Bem-vindo a Marte".
Ah que bom se fosse assim. Como entrar e sair de um território. A verdade é que temos este controle por muito tempo, e quando não mais o desejamos, não sabemos como deixar as amarras e nossos olhos se prendem em detalhes que não fazem a menor diferença. As fronteiras imaginárias são dotadas de barreiras.
Barreiras criadas por cada um. No imaginário. Não adianta negar, elas existem.
Quando é que estaremos verdadeiramente prontos para vencer estas barreiras ou em condições capazes de perder o controle e permitir chegar a Marte? Não sabemos.
Esse lance de "pronta para amar", "tudo tem a hora certa", "a pessoa certa". Tudo isso existe mesmo? Quantos relacionamentos são feitos e desfeitos acreditando que aquela era a pessoa certa? Vários. Isso é viver. Eu quero viver. Não a ponto de experimentar vários caras errados, mas o suficiente para sentir que estou caminhando rumo à Marte.
Quando é que saberei que estou pronta? Trabalhar o interno, o emocional, preparar o terreno, como é isso? Todos os dias como formiguinhas trabalhamos durante o inverno para quando o verão chegar. Vemos isto. Eu estou fazendo isso.
Então, mochila nas costas, sorriso no rosto, controle nos bolsos (são pequenos e cabe pouco) e vamos seguir em frente. Quem sabe algum marciano saia para ver o mundo e me encontre na beira do caminho!
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