domingo, fevereiro 09, 2014

Carta a um Amigo

Indaiatuba, 09 de fevereiro de 2014
Meu Amigo,
Hoje estou um pouco emotiva e sensitiva. Aquele momento capaz de sentir um grão de poeira caindo no chão.
Tentei ler um texto descontraído mas romântico, com título que desperta a curiosidade de pessoas neste estado, mas não consegui finalizá-lo. Li o começo e o final. As lágrimas rolaram. Ainda não me confortei. Me conformei e talvez seja necessário. (Tenho essa sensação).
Que sociedade tão cheia de regras é esta que diz que não podemos ser amigos? Uma sociedade onde é previsível a morte passional (crime cometido por paixão), mas não prevê a continuidade de relacionamento entre duas pessoas que se gostam.
Sim, eu gosto de você. Ouso até dizer que o amo. Mas não aquele amor entre homem e mulher, mas um amor puro, rico. Aquele que deseja ter a pessoa amada por perto. Mesmo que longes, sabemos que estás ali, podendo ser consultada a qualquer momento. Hoje, não mais. Em nossa (mais uma despedida) você fora taxativo em declarar que precisamos nos afastar.
Eu te quero por perto. És um amigo inigualável, único. Aquele capaz de entender desde o meu estado de espírito através da voz, até o meu silêncio.
Quero poder continuar dividindo minhas alegrias e também minhas tristezas. Quero acompanhar suas conquistas e receber notícias do seu casamento e do nascimento dos seus filhos. Quero que seja um dos primeiros a receber a notícia das minhas próximas desejadas e sonhadas fases.
Sim, tudo isso eu quero.
Não quero que saia de minha vida. Pois na minha memória, sempre estará presente.
Dizem que o primeiro amor é para sempre, ouso a colocá-lo neste patamar.
Gosto tanto de ti que respeitei sua decisão. Por mais contrária que seja às minhas vontades.
Talvez esta despedida me fará se desprender um pouco do sentimento que sua amizade me traz. Me fará engavetar momentos, papéis e sentimentos. Ou talvez, esta despedida só me mostre o quanto gosto de você e és importante pra mim.
Que mundo é esse, onde até as amizades são proibidas? Que mundo é esse onde algumas vezes o errado ocupa o lugar do certo e o carinho precisa ser enterrado?
Aqui termina em lágrimas, uma amiga desolada pelas tantas voltas da vida.

Até breve meu Amigo.
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Leia ao som de Canção da América - Milton Nascimento


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