Juro que
tentei me manter inerte, mas a vontade em exprimir tudo o que tem
dentro de mim, é muito mais forte. Ao menos, o desejo em acalmar
meus instintos, meu coração.
Era 22 de
agosto, eu havia acabado de realizar um sonho. Estava eufórica,
radiante, acreditando em mim e nessa fé que me move. Foi quando você
apareceu. Um sorriso lindo, vestindo camisa azul, paciente e
compreensivo. Naquele dia eu senti o risco. Nos primeiros beijos
senti que correria perigo. Aos poucos você foi conquistando espaço,
quebrando regras (minhas regras) e hoje, passados 3 meses, estou
aqui, sentindo sua falta. Desejando estar contigo a todo momento,
pensando em você, fazendo planos (automáticos em minha mente),
querendo cuidar de você, ser aquela amiga que mesmo em silêncio
conforta, ser companheira, amante, ou apenas alguém para ouvir como
foi o seu dia.
Sim, essa
sou eu hoje, apaixonada.
Tentei
controlar, mas recuei e após uma conversa, me entreguei. Uma não,
duas. Primeiro a conversa com você, em que disse que estava sendo
você mesmo o tempo todo, depois, com uma amiga, em que me disse que
a graça da vida é sentir o frio na barriga. Sim, e é mesmo....
essa emoção que nos move e adrenalina que nos acompanha, como em
uma montanha-russa, é o que torna a vida um barato.
E foi
assim que mesmo sabendo dos riscos, fui me entregando à minha
personalidade, fui revelando a intensidade que me acompanha. Você
foi, mesmo contra sua razão, aproveitando, gostando.
Durante
algumas crises de ansiedade e medo da intensidade ter te assustado,
você se mostrou alguns vezes compreensivo e me surpreendia quando
parecia que nada demais havia acontecido e tudo continuava bem entre
nós. Nossa, quantas vezes achei que não mais nos veríamos.
Aliás,
este sempre foi o motivo de minha luta interna, deixar “a cargo de
Deus” o próximo contato, o próximo encontro. Claro que não dá
para programar todos os passos de nossas vidas, mas dá para sabermos
que está tudo bem. Infelizmente contigo nunca sei.
Sei o bem
que você me proporciona, o bem que você me faz, isso eu sei. Só de
imaginar enquanto escrevo, sinto a sensação das nuvens
proporcionado com cada momento contigo. Sim, uma sensação de
bem-estar capaz de levitar, que deixa a alma e o espírito tão leve
que esqueço de tudo e só desejo continuar a sentir aquela sensação.
Esqueço
tudo o que senti, os dramas, o choro, a dor causada pelo seu jeito de
se colocar em primeiro lugar e fazer com que nada mais importa,
somente você e sua liberdade, a ponto de não fazer um contato, de
não enviar um sinal de fumaça. Queria saber o que acontece do outro
lado, enquanto eu estou aqui, com meu sentimento recolhido, sentindo
a dor por ser sincera e intensa.
Sim, mas
quando volto para a terra, e você se despede de mim, essa sensação
de leveza é substituída por esta agora, da incógnita. Da perda dos
sentidos da razão deixados dominar pela emoção.
Ah se
você soubesse o bem que desejo lhe proporcionar. Cada sorriso que
desejo ser a causadora.... seja através de uma tarde de domingo,
cuidados, carinho, viagem, até mesmo na realização de sonhos...
quero estar junto, quero batalhar junto, quero vibrar junto, quero
sentir a perda junto.
Que
coisa, como podemos sentir isso por alguém que se mostra tão
indiferente? A ponto de nos questionarmos se isso é amor (sei que
não é ainda) mas se for, não quero amar desta forma. Quem foi que
disse que o amor tem que causar dor? Sim, pois vivo em um
enfrentamento diário se o bem-estar que você me proporciona
compensa os minutos de tensão. As vezes os minutos tornam se
eternidade.
No começo
achei que o problema fosse eu, que minhas crises de ansiedade
precisavam ser controladas a qualquer custo (e realmente precisam),
mas depois, com o passar dos dias e a prevalência de suas atitudes
em não se doar, não se entregar, em não ser um bom recebedor foi
me mostrando que não, que minhas crises de ansiedades são
ocasionadas justamente pela sua falta de sensibilidade, respeito com
o próximo. Sim, pois quem é que consegue viver em um casulo ou
apenas abrir a janela para alguém que se mostra com desejo muito
maior que isso?!
Você não
me merece. Já pensei nisso outras vezes, e a certeza tem se tornado
presente.
É uma
pena, pois nunca encontrei alguém como você, a outra parte
geminiana de mim. Engraçado, uma relação com outro geminiano tão
parecido, em que somos capaz de entender facilmente a atitude do
outro, os mesmos gostos, a mesma intensidade, o mesmo modo geminiano
de encarar os problemas.... é tão interessante, bom e reconfortante
isso.
Talvez
pra você pode não ser a hora, mas quando é a hora? Acabou de sair
de uma separação. Deixa eu te auxiliar nesta passagem! Haverá
momentos em que só você terá que passar, mas eu posso estar ao
lado, te apoiando para não cair quando encontrar um obstáculo no
caminho. E depois que este percurso passar, juntos, e talvez até
fortalecidos em um base construída por nós, começaremos a trilhar
os nossos passos. Mas com sinceridade, acima de tudo, com
cumplicidade.
Um casal
não precisa dizer um ao outro o que está pensando 24hs, mas precisa
ao menos compartilhar o motivo do comportamento estranho, do
afastamento, do silêncio, e mais ainda, o motivo das alegrias. Isso
faz tanta diferença, é o que concretiza o companherismo e a
parceria, respeitando o espaço um do outro e fortalecendo os tempos
futuros.
Por falar
em futuro, tenho muitos projetos, assim como você também. Não
posso dizer que irei revê-los, porque alguns fazem parte da minha
essência, são mais fortes que eu. E sei que por alguma razão, irão
se concretizar. Mas posso, sem dúvida, te incluir nestes projetos,
pois a partir do momento que você entrou na minha vida e
transformou, mesmo que por alguns instantes, meu estado de espírito,
sempre desejo que faça parte dos meus projetos, respeitando, claro,
os seus projetos.
Você é
inteligente, perspicaz, com garra, e tem um futuro profissional
brilhante pela frente, exceto quando ouve a sua outra metade
geminiana e se tranca, em um mundo só seu, e se esquece que lá fora
tem um montão de coisas para serem conquistadas. Sim, vejo em você
um potencial incrível, mas neste momento, o geminiano se fecha, se
subestima e deseja a todo custo que a “onda diminua e a tempestade
passe, se esquecendo que existe prancha de surf e guarda-chuva”.
Tenho uma
história de vida que me ensinou muitas coisas, entre elas que este
casulo não tem graça e ele não é tão positivo quanto parece. Que
temos a todo custo que “trocar as peças do trem com ele em
movimento”. Esta frase pode assustar, mas quando conseguimos a
sensação é maravilhosa.
E é assim que tem que ser. Logo, não existe momento certo. Temos apenas
que sermos responsáveis e arcarmos com as consequências, o resultado
pode ser uma chuva de boas novas, ou, um obrigado e até logo.
Finalizo
com um leve sorriso no rosto, lembrando do seu último abraço e
carinho. Um modo de dizer pra mim que tudo iria ficar bem. Ao mesmo
tempo que tento fazer com que esta sensação de que tudo vai ficar
bem, me domine, agora, e também chegue até você, de alguma forma,
com o vento... e possa levitar, com os nossos momentos juntos.
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